sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Então é dezembro

 O último mês do ano



E ele chegou, o 12º mês do ano, o mês que  marca a vida de todos por ser praticamente, o anúncio do próximo ano, além de ser um período em que  paramos para fazer aquele balanço de como foi a nossa trajetória de 365 ou 366 dias: tristezas, alegrias, perdas, vitórias, aprendizados, ensinamentos, superações...

Para mim, 2022 foi um ano que pareceu ter 24 meses....Nossa, quanta coisa aconteceu na minha vida este ano e acredite: até das coisas " más" aprendi a filtrar o que não foi legal e tirar belas lições. O meu ano foi movimentado em todas as esferas, cheio de lágrimas ( que nem sempre foram de tristeza, a gente também chora de alegria, alívio, gratidão) e de sorrisos, experiências profissionais novas, novas amizades, reencontros, ressignificação de pensamentos e conceitos.

Não sei se você já parou para começar a avaliar como foi o seu 2022, mas te convido a responder a esta pergunta ( e ficaria muito feliz de ver isso nos comentários). Para você, o que mais valeu a pena em 2022? Conta pra mim...

O que valeu a pena para mim


Para mim em particular, o ano que está quase acabando marcou profundamente pela consciência que estou semeando cada vez mais e mais de usufruir, degustar cada momento, estar de fato nele, no momento, naqueles segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses...Muitas vezes não nos damos conta de que cada segundo vivido, cada respiração, batimento do coração, piscar de olhos, todos eles estão contidos num espaço-tempo que não volta mais. A vida não merece ser efêmera, subestimada e falando isso me veio a imagem de um beija-for voando alegremente entre os jardins  " sorvendo", "saboreando", cortejando a vida com leveza e graça.

Outra imagem que me vem à mente quando falo de desfrutar a vida em todos os seus matizes: o girassol, uma flor que amo e admiro demais. Acho linda toda a simbologia em torno do girassol que de forma humilde, curva-se à luz do sol e aproveita os seus raios  majestosos. 


Desejo que para você que me lê, a avaliação de seu 2022 também traga mais momentos alegres do que tristes e que você tenha muitos, mas muitos motivos para agradecer pelo privilégio de mais um ano vivido.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Como você lida com o seu silêncio?

 
Banco de madeira com plantas ornamentais
Como você lida com o seu silêncio?

Será que nos nossos dias tão atribulados, corridos, agitados, etc, etc, etc, alguém já parou para se fazer esta pergunta? Eu acredito que sim, até porque a curiosidade sobre o silêncio chegar a ser enigmática sob o meu ponto de vista. Acho inclusive que para algumas pessoas, o desafio é justamente achar um lugar, cantinho, momento do dia para poder parar tudo e  " ouvir o silêncio". Como assim, Cassandra?

É preciso foco e vontade para conseguir ouvi-lo em meio a tantos ruídos diários, sem contar com as constantes avalanches de pensamentos que temos todos os segundos. Ouvir o silêncio é um exercício muito bom, fascinante e desafiador para muita gente, pode apostar!

Nas minhas andanças por aí durante esta minha vida, já ouvi frases do tipo: " Detesto o silêncio, fico incomodado(a)!". Ou então: " Não sei fazer nada sem ter uma música ou algum barulho, seja ele qual for, por perto".  E ainda: " Nossa! Quanto silêncio! ( como se isso fosse algo a ser condenado e exorcizado da fase da terra). 

Um parceiro paciente e revelador

Eu acho quase mágico quando o ritmo do dia parece parar por instantes e "congelar " os barulhos cotidianos. Aí vem ele, o silêncio, e com ele, dependendo de onde você esteja, podem aparecer alguns atores coadjuvantes como passarinhos, som de água corrente, o vento...Nessas horas , tudo o que faço é fechar os olhos, respirar fundo e curtir este momento. Se você ainda não fez isso , experimente!

O silêncio também nos ajuda numa experiência importante: aquietar a mente, algo que traz muitos benefícios como diminuir a ansiedade, a tensão, os medos e reequilibra muita coisa que está  fora dos eixos dentro de nós. Tem pessoas que gostam de aquietar a mente ouvindo músicas específicas para isso ou alguma em particular que as agrada. Eu também gosto disso, amo música, mas é diferente uma experiência com trilha sonora e uma com o mais puro, libertador e pacificador silêncio.

Um excelente inspirador

O silêncio também pode ser um gatilho fantástico a quem busca a inspiração para criar algo ou solucionar alguma questão. Muitas vezes ficamos atordoados com tantas coisas que acontecem ao mesmo tempo que não conseguimos resolver aquele problema, aquela questão que chega a tirar o nosso sono, a nossa paz. Pois bem: troca um "dedinho de prosa" com o Sr. Silêncio porque ele pode te dar aquele empurrãozinho que falta para você resolver o que precisa.


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Teatro dos Absurdos

Um palco de horrores na política


Eu sempre ouvi nas rodadas de conversa entre amigos expressões como: "eu detesto política", "odeio políticos" ou então aquele antigo ditado popular que aponta como é desgastante e perigoso se discutir assuntos como política e religião em meio a humores acalorados. Olhando diariamente as notícias a respeito da eleição presidencial que se aproxima me deparo com um verdadeiro festival de atrocidades, desrespeito, situações inimagináveis que jamais pensei um dia  acompanhar tão de perto. 

Uma vez ouvi alguém falar com sabedoria que quem diz odiar política se esquece que a usamos até de forma inconsciente no nosso dia a dia quando, por exemplo, conversamos para negociar algo, trocamos ideias para conseguir esclarecer uma dúvida ou até buscarmos por direitos que temos. Isso é fazer política. Não estou falando da chamada " política partidária" , mas do nosso exercício como cidadãos e cidadãs no cotidiano por onde quer que andemos. 

A que ponto chegamos?

Eu confesso que estou assustada com tantos casos de intolerância vistos em locais que antes eu sequer imaginava ver cenas como as divulgadas nas redes sociais: padres tendo as falas interrompidas por manifestações exaltadas, numa violência gratuita, dentro de templos religiosos. Não estou questionando o que os sacerdotes tenham falado, se teve alguma conotação política ou não, mas o que me estarrece é a transposição do limite mínimo de respeito por quem, em última análise, é a autoridade naquele lugar. Isso sem falar de atos de vandalismo contra imagens sagradas, manifestações completamente fora de propósito ou com propósitos sórdidos..O que está acontecendo com essas pessoas?

Respeito não tem rótulo político

Eu procuro entender  a necessidade de algumas pessoas marcarem posição e se autodenominarem e aos outros como " sendo de esquerda, direita ou centro", só para ficar aqui nesses rótulos básicos. Sei que para algumas mentes é necessário delimitar, rotular, discriminar ( sem o teor preconceituoso que muitas vezes a palavra carrega) para poderem entender o mundo onde vivem e até justificarem suas falas e posicionamentos mas, gente: o respeito à vida das pessoas deveria estar acima dos rótulos, inclusive políticos. Num trocadilho que talvez até seja inapropriado, mas que talvez ajude a visualizar melhor o que estou tentando dizer: " No céu, paraíso, em outra vida, no que você creia, não vai haver divisões por partidos, igrejas, gênero, cor, etc". Aqui nesta terra, neste planeta, no país tão lindo que é o Brasil , bem que poderíamos nos esforçar mais para viver isso e tentar diminuir o enorme abismo que existe entre nós, brasileiros de nascimento ou de coração. Ter uma vida digna deve estar acima de tanto ódio, intolerância e desrespeito. 
Que o bom senso e a paz possam reinar e que consigamos superar tanta loucura.
 

terça-feira, 14 de junho de 2022

A crueldade silenciosa do Etarismo

 

Foto: Ulrike Leone

Respeito à diversidade etária


No último fim de semana,  dediquei meu tempo e "transpiração mental" para escrever sobre um tema que desconhecia e que me pegou " de jeito", como se fala no popular. Sabe quando você é levado a ler um texto, conversar com pessoas, ir mais fundo num assunto e, de repente, se pega completamente apaixonada por ele? Pois é...Isso aconteceu comigo quando descobri o que é o Etarismo, que também é conhecido como Ageísmo ou Idadismo , ou para ser ainda mais clara, preconceito etário. Bem que essa palavra e tudo que ela traz de carga ruim poderia ser banida do nosso mundo: preconceito.

Mesmo sabendo que o preconceito se instala sem fazer cerimônia e pode acontecer no caso da idade também em relação às pessoas mais jovens (vamos a título de recorte e delimitação considerá-las como as que têm idade abaixo dos 29 anos, sem a rigidez acadêmica que segue critérios pré definidos), vejo esta postura limitadora e castradora ser algo ainda mais cruel com os que estão na casa dos 40 anos para cima.

Qual o problema em ser mais velho (a)?


Sempre achei de uma insensibilidade e ingratidão tremendas quando não valorizamos aquelas pessoas que já estão um pouco mais à frente no calendário dos anos. Sou absolutamente apaixonada, fascinada pelos sábios e sábias, seres que acumulam em suas vidas tantas histórias tristes e felizes, cicatrizes e vitórias, trajetórias que deixam, muitas vezes, marcas não só na alma, mas também na pele, nas mãos, nos cabelos...
Há tanta incongruência em se querer dar condições mais dignas aos mais velhos e, ao mesmo tempo, ter tabu em usar a palavra ou deixar que ela carregue características negativas ou pejorativas. Gente, vamos parar com isso!

Eu já escrevi, em 2021 aqui mesmo no meu blog sobre estes mestres da vida. Hoje, me deparo com um outro desrespeito que atinge em cheio as pessoas que ainda têm muito a contribuir, ensinar e aprender, mas que vêem as portas sendo fechadas para elas. Me identifico porque eu mesma, do alto dos meus muito bem vividos 52 anos, já sinto a perversa realidade de uma sociedade e de um mercado corporativo extremamente preconceituosos e despreparados para acolherem profissionais experientes e com muito potencial. Neste aprendizado sobre o Etarismo, me deparei com o trabalho de uma psicóloga que, saindo dos muros da academia, resolveu escrever sobre o tema em um blog maravilhoso.  Parabenizo a Dra. Fran Winandy pela generosidade em compartilhar com todos nós o seu conhecimento. 

Missão desafiadora


Visões, conceitos e preconceitos, tudo isso leva tempo para ser mudado, mas se não for feito nenhum esforço, se não deixarmos de lado o nosso orgulho, egoísmo e hipocrisia, isso vai se perpetuar e num mundo onde a população de idosos só cresce, muitas mazelas irão surgir.  Como cidadãos, pais, filhos e netos, não podemos simplesmente fechar os olhos e achar que "essas coisas jamais vão acontecer comigo ou com alguém próximo de mim". Precisamos nos educar e educar nossos descendentes para começar a mudança de dentro para fora.


quinta-feira, 9 de junho de 2022

Sólido, líquido e gasoso

 Os três estados físicos da matéria


Sempre achei a disciplina Ciências interessante. O estudo dos fenômenos da física, da química, da biologia, tantas informações que revelam um pouco destes vastos mundos contidos no nosso mundo visível. Aí você, meu caro leitor, minha cara leitora, se pergunta: Vamos ter aula de ciências hoje? Ah, longe de mim ter conhecimento "sólido" para ensinar algo sobre ciências. Mas, uma frase que ouvi ficou martelando na minha cabeça e, aí, surgiu a inspiração para escrever estas " mal traçadas linhas".

Estado sólido


Toda vez que queremos atestar perenidade, serenidade, segurança a algo usamos expressões que remetem ao estado sólido: bases sólidas, sentimentos sólidos, solidez, algo que não é quebrado com facilidade, algo firme, dificilmente abalado, rígido.

Estado líquido


O estado líquido sempre me passa a mensagem de algo flexível, dinâmico, moldável às circunstâncias. A água, por exemplo, é muito usada simbolicamente como uma ilustração de posturas maleáveis e adaptáveis, que transpõem obstáculos sem perder sua essência.

Estado gasoso


Eu acho o estado gasoso o mais enigmático de todos: nem sólido, nem líquido mas, algo que existe de forma inegável. Este elemento é misterioso, pouco se revela mesmo que marque território de um jeito bem sutil.

E nós?


Fico pensando como temos em nós, constantemente, a manifestação física dos chamados três estados da matéria e, porque não, na nossa porção mais psicológica também. Muitas vezes, nossa dureza embota nosso aprendizado, nos distancia de experiências e de pessoas maravilhosas. Mas o estado sólido também serve de proteção, blindagem e fortaleza.  Em outros momentos, somos tão volúveis e inconstantes que praticamente " escorremos pelas mãos" que nem a água. Mas o dinamismo do líquido também é um convite para o novo, o desconhecido, a mudança, a superação. E o que podemos aprender com o estado gasoso? Acredito que a fluidez, a leveza, o desprendimento, qualidades tão necessárias nos dias de hoje.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Desabafo

Onde está nossa essência?


Foto: Cassandra Castro


Essa quinta-feira, dia 26 de maio de 2022 trouxe a mim uma notícia perturbadora: mais uma vida ceifada, moída e subtraída deste mundo, a vida da jovem Sayonara, uma estudante do 8º período do curso de medicina, quase na reta final para se formar. Como ela morreu? Morreu de tristeza, desespero, pressão de todos os níveis inimagináveis..Se esta morte poderia ter sido evitada? Talvez pudesse, como vamos saber se sequer percebemos os pedidos de socorro deixados por milhares de pessoas todos os dias, vítimas da depressão, síndrome do pânico e tantos outros males que vão matando aos poucos, por dentro, até o desfecho final?

Eu mesma já perdi amigos e conhecidos para o suicídio, até escrevi sobre isso em 2020 depois de saber da morte do Cristiano. O fato me forçou a fazer uma viagem no tempo para lembrar a última vez em que o encontrei...O Cris era um palhaço porque vivia fazendo os outros rirem, era alegre e brincalhão e isso não o tornava menos responsável pela família que tinha ou menos profissional do que um sujeito sisudo ou cheio de poses. Me perguntei: o que eu não percebi, o que eu não fiz, por que não pude ajudar o meu amigo?

Eu não conhecia a Sayonara, vi apenas uma nota de pesar publicada pela instituição onde ela estudava. Mesmo assim, a notícia mexeu comigo. Acredito que as perguntas que fiz quando soube da morte do Cristiano sejam as mesmas feitas pelos amigos, colegas e familiares dela. Junto a essas indagações, me pego fazendo outras: Quantas pessoas tiram a própria vida todos os dias? Podemos julgá-las ou julgar seus parentes e conhecidos? Onde falhamos?

O meu umbigo


Já li em vários lugares que o ser humano é egoísta por natureza. Percebemos este nosso " desvio de personalidade" já na criança que não abre mão de um brinquedo que é seu e que não divide com ninguém. Somos tão egoístas que só olhamos, na maioria das vezes, para o nosso umbigo, expressão tão antiga e precisa. É algo muitas vezes tão instintivo que nem percebemos: minha casa, meus projetos, meu trabalho,meus sonhos, meu...meu..meu. E o que dizer dos outros? Do vizinho, do irmão, do amigo, do ilustre desconhecido? Quem achamos que somos para menosprezar o próximo? Por acaso ele não tem tanto direito do que eu de viver e ser feliz?


Tapa na cara


Toda vez que fico sabendo de casos como o da Sayonara ou do Cristiano, morro também um pouco por dentro. Coloco o dedo na ferida da minha impotência e me pergunto: o que posso fazer para que isso não aconteça mais? Como ser aquele passarinho que, solitário, leva água no bico na tentativa de apagar o incêndio que está devastando a floresta enquanto os outros animais fogem ou caçoam dele:  Você acha que vai conseguir apagar este fogo sozinho? E o pássaro responde:  Pelo menos, eu estou fazendo a minha parte.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Conexão perdida

 

A Conexão perdida


Vivi uma experiência muito gostosa e revigorante no último fim de semana: conheci  um pedaço de Brasília que ainda não tivera a oportunidade de conferir de perto: o famoso lago Paranoá , um universo de água que deixa a Capital Federal ainda mais encantadora. Aquele passeio de lancha com amigos me inspirou a escrever um pouco sobre a importância da conexão ancestral perdida por muitos de nós: a ligação que temos com a natureza. Não é papo cabeça ou conversinha como se fala no popular " para boi dormir". Vou explicar o porquê.


foto: Cassandra Castro 


Conexão essencial num mundo tão digital


Eu vejo a conectividade digital que temos como algo que pode pender para o bem e para o mal. Como hoje estou lembrando de ditados bem antigos e populares, recordo de um que diz algo tipo assim: tudo em excesso faz mal. Os avanços tecnológicos, o mundo ficando cada vez menor graças a isso, acabou fazendo com que esquecêssemos de valorizar a conexão essencial que temos dentro de nós, a ligação com a essência de tudo o que existe. Vendo toda aquela natureza, a água, o vento, o sol , as nuvens, vi o quanto nós humanos esquecemos um pouco de como é importante resgatar essa conexão com a natureza para contemplá-la, agradecê-la e também trocar energias com ela que também é criação divina assim com nós.


Os elementos vitais


Sei que para quem vive em cidades grandes e sempre está na correria do cotidiano pode parecer quase impossível reestabelecer essa conexão ancestral mas, vou dar umas sugestões que talvez ajudem: 

1 - Procure ter algo do reino vegetal - uma plantinha sempre dá cor, vida e boas energias. Eu mesma tenho duas companheiras inseparáveis : uma suculenta que chamei de Matilda, e uns brotinhos de " Mãe de todos" agrupadinhos e que chamei de Jennifer. 

2 - Tente trazer a natureza para dentro da sua casa ou escritório. Não tem plantinha? Uma foto, um quadro, um desenho, algo que ajude a relembrar da água, do ar, fogo e terra já vai ser bom demais!

3 - Tente dar uma escapada sempre que possível para algum lugar que tenha natureza: um parque, um lago, uma praia, montanha, cachoeira. Fique descalço(a), pegue na grama, na terra, se molhe nas águas, sinta o calor e a energia do sol no seu rosto.... isso é vida!