sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Teatro dos Absurdos

Um palco de horrores na política


Eu sempre ouvi nas rodadas de conversa entre amigos expressões como: "eu detesto política", "odeio políticos" ou então aquele antigo ditado popular que aponta como é desgastante e perigoso se discutir assuntos como política e religião em meio a humores acalorados. Olhando diariamente as notícias a respeito da eleição presidencial que se aproxima me deparo com um verdadeiro festival de atrocidades, desrespeito, situações inimagináveis que jamais pensei um dia  acompanhar tão de perto. 

Uma vez ouvi alguém falar com sabedoria que quem diz odiar política se esquece que a usamos até de forma inconsciente no nosso dia a dia quando, por exemplo, conversamos para negociar algo, trocamos ideias para conseguir esclarecer uma dúvida ou até buscarmos por direitos que temos. Isso é fazer política. Não estou falando da chamada " política partidária" , mas do nosso exercício como cidadãos e cidadãs no cotidiano por onde quer que andemos. 

A que ponto chegamos?

Eu confesso que estou assustada com tantos casos de intolerância vistos em locais que antes eu sequer imaginava ver cenas como as divulgadas nas redes sociais: padres tendo as falas interrompidas por manifestações exaltadas, numa violência gratuita, dentro de templos religiosos. Não estou questionando o que os sacerdotes tenham falado, se teve alguma conotação política ou não, mas o que me estarrece é a transposição do limite mínimo de respeito por quem, em última análise, é a autoridade naquele lugar. Isso sem falar de atos de vandalismo contra imagens sagradas, manifestações completamente fora de propósito ou com propósitos sórdidos..O que está acontecendo com essas pessoas?

Respeito não tem rótulo político

Eu procuro entender  a necessidade de algumas pessoas marcarem posição e se autodenominarem e aos outros como " sendo de esquerda, direita ou centro", só para ficar aqui nesses rótulos básicos. Sei que para algumas mentes é necessário delimitar, rotular, discriminar ( sem o teor preconceituoso que muitas vezes a palavra carrega) para poderem entender o mundo onde vivem e até justificarem suas falas e posicionamentos mas, gente: o respeito à vida das pessoas deveria estar acima dos rótulos, inclusive políticos. Num trocadilho que talvez até seja inapropriado, mas que talvez ajude a visualizar melhor o que estou tentando dizer: " No céu, paraíso, em outra vida, no que você creia, não vai haver divisões por partidos, igrejas, gênero, cor, etc". Aqui nesta terra, neste planeta, no país tão lindo que é o Brasil , bem que poderíamos nos esforçar mais para viver isso e tentar diminuir o enorme abismo que existe entre nós, brasileiros de nascimento ou de coração. Ter uma vida digna deve estar acima de tanto ódio, intolerância e desrespeito. 
Que o bom senso e a paz possam reinar e que consigamos superar tanta loucura.