Um palco de horrores na política
Eu sempre ouvi nas rodadas de conversa entre amigos expressões como: "eu detesto política", "odeio políticos" ou então aquele antigo ditado popular que aponta como é desgastante e perigoso se discutir assuntos como política e religião em meio a humores acalorados. Olhando diariamente as notícias a respeito da eleição presidencial que se aproxima me deparo com um verdadeiro festival de atrocidades, desrespeito, situações inimagináveis que jamais pensei um dia acompanhar tão de perto.
Uma vez ouvi alguém falar com sabedoria que quem diz odiar política se esquece que a usamos até de forma inconsciente no nosso dia a dia quando, por exemplo, conversamos para negociar algo, trocamos ideias para conseguir esclarecer uma dúvida ou até buscarmos por direitos que temos. Isso é fazer política. Não estou falando da chamada " política partidária" , mas do nosso exercício como cidadãos e cidadãs no cotidiano por onde quer que andemos.
A que ponto chegamos?
Eu confesso que estou assustada com tantos casos de intolerância vistos em locais que antes eu sequer imaginava ver cenas como as divulgadas nas redes sociais: padres tendo as falas interrompidas por manifestações exaltadas, numa violência gratuita, dentro de templos religiosos. Não estou questionando o que os sacerdotes tenham falado, se teve alguma conotação política ou não, mas o que me estarrece é a transposição do limite mínimo de respeito por quem, em última análise, é a autoridade naquele lugar. Isso sem falar de atos de vandalismo contra imagens sagradas, manifestações completamente fora de propósito ou com propósitos sórdidos..O que está acontecendo com essas pessoas?