sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Para sempre, JK



Memorial JK em Brasília/Acervo pessoal


Memórias de um sonho


História sempre foi uma das minhas matérias preferidas nos tempos de escola: história antiga, a saga de grandes civilizações, as narrativas nem sempre românticas da relação entre os povos conquistadores e os conquistados..Na história do Brasil, um caso em particular sempre me chamou a atenção: a construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek ( 1956-1961), nosso 21º presidente.  Só lia as informações e via na televisão as imagens daquela cidade com prédios de traçado moderno,cravada em pleno planalto central, mas não fazia ideia de tamanho pioneirismo e trabalho que estão por trás do nascimento da capital federal.

Um lugar apaixonante 




Desde a primeira vem em que pus os pés em Brasília escolhi o Memorial JK como o prédio mais lindo da cidade, mal sabia que lá dentro, numa organização e cuidado impecáveis, iria me deparar com um pedaço magnífico da nossa história e que, felizmente, está bem preservado. Quanta coisa está ali e num ambiente com acessibilidade para pessoas com deficiência e cheio de objetos, fotos, maquetes, verdadeiras relíquias da memória de Brasília e de quem participou deste sonho que surgiu praticamente do nada.


A biblioteca de JK

Visita obrigatória para todos os brasileiros

Eu fiquei realmente extasiada com tudo o que vi e ouvi, pude sentir a presença de Juscelino e de D. Sarah em cada sala daquele memorial. Vídeos institucionais da época da construção de Brasília mostram os " candangos" cavando a terra, construíndo os alicerces da nova cidade que surgia em meio ao cerrado. Também vi dezenas de fotos, roupas, acessórios, documentos, itens que nos ajudam a ter uma ideia de quem foi JK e do legado que ele deixou para todos nós.








Emoção e reverência

O túmulo de JK também está no memorial, numa sala central e onde sentimos toda a reverência que esta cidade tem ao seu fundador. Quase podemos sentir a presença física de JK. Eu chorei porque vi ali uma humanidade, um amor, o desejo de um sonhador e de tantos outros que acreditaram e trabalharam para fazer o sonho da nova capital do Brasil se tornar realidade. Parabéns e obrigada, Juscelino!








 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Estradas brasileiras , muitos contrastes

 

Rodovias precisam de cuidado - foto acervo pessoal


As realidades diferentes de nossas rodovias


Tirei o fim de 2022 para pegar estrada e dar uma volta saindo da região centro-oeste rumo à região sudeste. Em meio às paisagens belíssimas de nosso Brasilzão, percebi que todos que decidem fazer uma viagem usando nossas rodovias federais vão se deparar com uma realidade de vários contrastes. Não consegui tirar fotos ou fazer vídeos do que irei relatar aqui mas, acredite: algumas rodovias federais brasileiras lembram e muito aqueles circuitos de rally que acompanhamos em campeonatos de tevê..

É perceptível a diferença de qualidade, conservação, sinalização e socorro nas estradas que estão sob a responsabilidade de empresas privadas. Quando você se depara com as condições das estradas em questão, paga até com gosto os pedágios espalhados pelas rodovias. 

Investimento crucial para o desenvolvimento do país


Foto: acervo pessoal

Nosso país tem dimensões continentais e muita coisa para ser vista, conhecida e explorada de forma responsável e sustentável. O investimento na tão falada e necessária infraestrutura (que não engloba apenas as rodovias mas também, ferrovias e hidrovias) é crucial. Chega a dar vergonha e até chateação, ver trechos de rodovias importantes praticamente abandonados. É o caso por exemplo da BR-050 no trecho que marca a divisa entre os estados de São Paulo e Minas, pela cidade de Uberlândia. Outra situação crítica encontramos na BR-153, no trecho que vai do conhecido " trevão" até Goiânia. É muito buraco, cratera, asfalto péssimo...

Promessas de investimentos 

Enquanto escrevia este texto, li uma reportagem na qual o novo ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciava um plano de 100 dias da pasta em ações prioritárias nos transportes rodoviário e ferroviário até o mês de abril. Entre as ações estão as de revitalização, recuperação e conclusão de obras nas estradas federais. Espero sinceramente que consigam focar os holofotes nestes trechos críticos para que a avaliação dos brasileiros a respeito das rodovias do nosso país melhore. De acordo com o próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte ( Dnit), 66% das rodovias federais possuem avaliação regular, ruim ou péssima ou seja: temos que percorrer um longo caminho para alcançarmos os patamares de boas e ótimas estradas. Vamos aguardar!



 


sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Museu do Ipiranga , o que perdi

 


Desde a primeira vez em que vi o suntuoso prédio do Museu do Ipiranga, em São Paulo, me apaixonei! Aquela grandiosidade e aqueles jardins jamais saíram do meu pensamento mesmo passados mais de 30 anos! Lembro como se fosse hoje que cheguei a entrar no museu, mas um compromisso de última hora me impediu de conhecer o seu acervo naquele ano. 

Precisei esperar todo esse tempo para poder, finalmente, conhecer a riqueza guardada ali. No meu imaginário, eu achava que iria me deparar com as memórias do período da proclamação da Independência do Brasil, com as carruagens da época do império, mostras do vestuário, da mobília, dos costumes daquele período, algo que deduzi devido a todo o contexto que cerca o local. Fui agora em dezembro de 2022 e confesso: esperava mais.

Expectativa frustrada




O Museu do Ipiranga ( Museu Paulista) ainda tem algo do acervo que remete sim ao tempo que aprendemos nos livros de história mas, pelo que ouvi de pessoas que o visitaram antes do fechamento do prédio para reforma em 2013, quase nada restou do que existia ali dentro. Sim, o lendário quadro pintado por Pedro Américo e que retrata o momento do famoso grito de Dom Pedro I às margens do riacho Ipiranga está lá mas, e o resto? 


Por onde andam?


É até aceitável que o museu seja modernizado ( no quesito acessibilidade, o Museu oferece muitas opções para pessoas com deficiência), inclua exposições paralelas e tudo mais, só que o sentimento que bateu em mim foi de uma certa orfandade. Quem vê o museu agora e o conheceu no passado, se ressente de não saber para onde foram ( e se ainda existem) , as peças que eram a alma do prédio histórico. Acho que seria, no mínimo de bom tom, informar os visitantes a respeito disso, onde está o restante do acervo que preserva a memória deste pedaço tão importante da nossa história.