terça-feira, 24 de novembro de 2020

Recordações de uma ex-aluna salesiana

 Conversando com umas queridas amigas, ex-alunas salesianas como eu, bateu uma vontade de homenagear um lugar eternamente mágico para mim: o Centro Educacional Santa Terezinha, conhecido também como Patronato Santa Terezinha, em Manaus. Estudei lá no jardim de infância, depois saí e retornei para cursar a segunda série do antigo primeiro grau. De lá saí apenas no fim do ginásio( atual ensino fundamental). Acho que como eu, muitas meninas lá ficariam caso naquela época, meados dos anos 70 chegando aos anos 80, já estivesse disponível o ensino médio para as estudantes. Sim, ainda sou da época em que o Santa Terezinha só tinha alunas.


Centro Educacional Santa Terezinha

Acolhimento amoroso


Esta instituição de ensino, além de ser um lugar de formação educacional e religiosa, também sempre foi um santuário de acolhida, respeito, amizade, diversão e devoção. Sempre amei andar pelos corredores grandes e espaçosos, brincar no parquinho existente numa das áreas internas da escola durante a minha infância e depois, já maior, admirar as crianças que ali estavam curtindo um ambiente tão maravilhoso quanto aquele. 
No colégio eu aprendi a jogar vôlei, até ensaiei virar atriz durante uma peça com temática bíblica que rendeu inclusive, uma apresentação extra na igreja de São José Operário, no antigo Colégio Salesiano Domingos Sávio. Eu senti a responsabilidade de interpretar na peça o patriarca Abraão, relembro a minha timidez e o medo de esquecer as falas! Nossa, que desafio para uma adolescente!!

Doces lembranças


Entrada pela Duque de Caxias 



Dois locais nesta escola sempre serão apaixonantes para mim: o antigo salão onde tínhamos as aulas de canto e onde aconteciam os eventos oficiais da escola e a igreja, linda, onde também tínhamos nossos momentos de celebração. Nesse templo vivi muitos momentos emocionantes: minha primeira Eucaristia, minha Crisma, as missas comemorativas, as missas de fim de ano onde as alunas mais novas não entendiam o porquê das formandas do oitavo ano estarem chorando copiosamente! Elas estavam tristes por terem concluído os estudos? Na nossa cabeça era uma cena meio esquisita. Mas, o nosso dia iria chegar e aí entenderíamos que o choro já era a saudade de momentos tão lindos batendo forte no  peito de cada uma delas por terem que ir embora. Também não posso deixar de citar as duas grutinhas, uma na área interna e outra na parte externa do prédio, essa última vivia  cheia de moedas jogadas pelas pessoas que tinham algum pedido a ser feito à santa guardada naquele local.

Personagens inesquecíveis


Muita gente especial passou por aqueles corredores, salas, escadas, templo, jardins....Guardo na memória os ensinamentos e os momentos vividos junto às queridas irmãs Rose, uma italiana alegre e que adorava jogar vôlei conosco; Aurora, que era temida pela postura austera e séria, mas que tinha uma letra maravilhosa e era uma excelente  professora de língua portuguesa; Quitéria, que foi nossa supervisora por muito tempo e também era uma pessoa sensacional, só para citar algumas. Elas ainda usavam sobre a cabeça um véu branco que fazia parte do hábito das freiras, algo que foi abolido com o  passar do tempo. Minha gratidão a todas elas e aos professores e professoras que também alicerçaram tudo o que sou hoje.

Tempos modernos


Os anos passaram, os tempos hoje são outros, o antigo patronato agora abriga também alunos e a escola se adaptou à tecnologia e à modernidade. Mas, a essência deste lugar continua sendo a mesma: dedicação e amor ao ensino. Acredito que cada ex-aluna ou ex-aluno que passou por aqueles corredores deixou ali um pedaço do seu coração.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

A imensidão do mar

Declaração de amor ao mar


Já dizem as primeiras palavras da bela canção de Dorival Caymmi: " O mar quando quebra na praia é bonito, é bonito "...Lembro da primeira vez que vi o mar num passeio feito até a Baixada Santista no início dos anos 90. Eu, caboclinha amazonense acostumada à grandiosidade magnética das águas do rio Negro, do Solimões e do Amazonas, apenas para citar alguns lá da minha terra, fiquei simplesmente apaixonada pelo mar!!!


Eu fiquei intrigada com o movimento sincronizado das ondas constantes, o som delas quebrando na areia, a espuma se esparramando....E o aroma? Aquele cheiro desconhecido e intenso, muito diferente do que eu estava acostumada a sentir....Mas o mar estava apenas se apresentando meio que timidamente a mim naquela viagem curta de Santo André a Santos, ele reservava ainda encontros bem intensos comigo.

Durante um carnaval, fui acampar em uma praia chamada Barra do Una, no litoral norte paulista, e ali vi a força do mar. Eu fiz questão de caminhar pela extensão da praia, sentir a areia e colher algumas conchas para trazer de recordação. Nisso, acabei me distraindo e não percebi que estava bem perto da água. Quando dei por mim, senti um impacto forte e comecei a ser sacudida num turbilhão de água salgada que depois me empurrou de novo para a margem. Depois do susto e dos arranhões nos joelhos, virei para o mar e disse: meu respeito a você, que força incrível!!! E que experiência avassaladora!!!



O mar também me convida sempre a refletir sobre a vida e a agradecer. Ele me inspira respeito e veneração. Sua água salgada é como uma fonte purificadora e energizante. O mar é um espaço, a meu ver, democrático. Existem as águas calmas, as praias com ondas mais agressivas e agitadas, as piscinas naturais....Tem mar para todos os gostos, isso demonstra como ele é versátil! Para mim, ele é inspirador e apaixonante!!!