sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Museu do Ipiranga , o que perdi

 


Desde a primeira vez em que vi o suntuoso prédio do Museu do Ipiranga, em São Paulo, me apaixonei! Aquela grandiosidade e aqueles jardins jamais saíram do meu pensamento mesmo passados mais de 30 anos! Lembro como se fosse hoje que cheguei a entrar no museu, mas um compromisso de última hora me impediu de conhecer o seu acervo naquele ano. 

Precisei esperar todo esse tempo para poder, finalmente, conhecer a riqueza guardada ali. No meu imaginário, eu achava que iria me deparar com as memórias do período da proclamação da Independência do Brasil, com as carruagens da época do império, mostras do vestuário, da mobília, dos costumes daquele período, algo que deduzi devido a todo o contexto que cerca o local. Fui agora em dezembro de 2022 e confesso: esperava mais.

Expectativa frustrada




O Museu do Ipiranga ( Museu Paulista) ainda tem algo do acervo que remete sim ao tempo que aprendemos nos livros de história mas, pelo que ouvi de pessoas que o visitaram antes do fechamento do prédio para reforma em 2013, quase nada restou do que existia ali dentro. Sim, o lendário quadro pintado por Pedro Américo e que retrata o momento do famoso grito de Dom Pedro I às margens do riacho Ipiranga está lá mas, e o resto? 


Por onde andam?


É até aceitável que o museu seja modernizado ( no quesito acessibilidade, o Museu oferece muitas opções para pessoas com deficiência), inclua exposições paralelas e tudo mais, só que o sentimento que bateu em mim foi de uma certa orfandade. Quem vê o museu agora e o conheceu no passado, se ressente de não saber para onde foram ( e se ainda existem) , as peças que eram a alma do prédio histórico. Acho que seria, no mínimo de bom tom, informar os visitantes a respeito disso, onde está o restante do acervo que preserva a memória deste pedaço tão importante da nossa história.



6 comentários:

  1. Muito oportuna esta matéria. Como paulistano e visitante do antigo Museu do Ipiranga (hoje rebatizado de Museu Paulista), quero deixar minha indignação registrada. Realmente o acervo do antigo MI, era uma coisa impressionante. Tínhamos objetos indígenas de diversas tribos, carruagens, liteiras, veículos da época da independência, incluindo um carro de bombeiros, talvez um dos primeiros do Brasil. Armas usadas pelos Bandeirantes, espadas, punhais, moedas da época do império, roupas e móveis da época, entre outras tantas peças que nem consigo enumerar. As únicas coisas que restaram foram a sala com o quadro do grito da independência, pintado por Pedro Américo, e a maquete de São Paulo em 1841.
    O que vemos exposto hoje neste novo museu, são cartões de crédito da Mesbla, da Elo, eletrodomésticos dos anos 60 e 70, e outras peças de valor irrelevante para a nossa história do período imperial e republicano. Já imaginaram ao invés de Dom Pedro I, ao dar o grito da independência, ao invés de levantar sua espada, tirar um cartão Elo e pedir para parcelar em 12 vezes a Independência do Brasil?
    Acho importante preservar os costumes paulista com coisas que essa geração nova não conhece, mas acabar com um museu que conta nossa história, e substituir seu acervo por coisas que poderiam ser colocadas em outro prédio já é demais. Concordo em gênero, número e grau com a Cassandra, isso é um absurdo, e a pergunta que não quer calar, onde está o antigo acervo do Museu do Ipiranga? Sei que apenas uma carruagem está em exposição no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo Paulista), mas e o resto?

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  2. Muito bom Cassandra, parabéns! Como sempre, você competente no que se propõe a fazer. Sucesso.

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  3. Andréa Okubaru Alves13 de janeiro de 2023 às 08:27

    Concordo plenamente com tudo o que escreveu, Cassandra. Excelente explanação.

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  4. Oi Cassandra. Excelente observação. A sensação que temos é de quê estão tentando reescrever a história, substituindo os fatos reais pelo conveniente. Uma pena. Grande beijo.

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  5. Esse comentário acima é meu, Gleicy Loubét, saiu como anônimo rsrs

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