sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Contagem Regressiva

 Daqui a pouco, chega um novo ano, data celebrada por muitos, vista com uma certa indiferença e desconfiança por outros mas, inegavelmente, marcante. Afinal, a folhinha com meses e dias surge nova,como um caderno com páginas em branco e, em tese, todo o tempo do mundo novamente disponível para nós...

Eu não vejo a chegada do Ano Novo como um recomeço. Dia desses, assistindo a um vídeo de um produtor de conteúdo que admiro muito, Cadu Cassau, ele falou algo que faz muito sentido pra mim: ano novo não é restart, ou seja, zerar tudo e recomeçar. E o que a gente viveu pra trás, nosso aprendizado, as vivências, frustrações, alegrias, tudo vai seguir tipo " ralo abaixo"? Não, eu não vejo a chegada de um ano novinho em folha como uma imensa borracha que apague tudo e descarte os nossos preciosos dias vividos.. Só de imaginar isso, dá uma sensação de vazio e inexistência...

Balanço Geral e planejamento


Nunca me considerei uma pessoa organizada e tampouco afeita a planilhas e ações muito metódicas. Admiro quem consegue ser assim, respeito até os perfeccionistas, mas prefiro ficar na turma da " coluna do meio". Como assim? Eu explico. 

Não tem aquele ditado que diz, " Nem tanto ao mar, nem tanto à terra"? Eu já experimentei experiências de zero balanço do ano que está acabando e zero planejamento; Balanço parcial e planejamento enxuto também e acredito que começar a fazer isso devagar, sem neura e cobranças frenéticas é uma boa forma de não se deixar levar só pelo chamado " acaso" ou a outra palavra que muitos adoram falar que é a tal da " sorte". 

Acredito que fazer uma avaliação do que foi bom e do que não foi tão legal no ano que está acabando é importante, até para valorizar sua jornada até aqui. Faça uma reflexão com carinho do que você deixou de fazer, os motivos, o que acabou deixando de conseguir por tal decisão e avalie se vale a pena mudar isso agora, no ano que está quase aí, às portas. Se acha que não vale a pena então, descarte mesmo.

Traçar objetivos, tentar dar um pouco de ordem em meio ao monte de coisas que temos, pensamos, desejamos, é missão que dá um trabalhinho mas, dá bons frutos. O Cadu deu a dica de traçarmos uns 3 objetivos, sem exagerar com vários e , definindo estes 3, pensar nas metas para alcançá-los. Taí algo que eu jamais fiz conscientemente, até porque achava que objetivo e meta eram sinônimos..

Outra lição que a vida tem me ensinado é que o tempo não corre para trás e que nós estamos em constante evolução, a vida, a natureza, os dias, tudo é constante movimento. O olhar para trás para mim, deve ser um momento de análise e apreensão de coisas boas que os momentos vividos trouxeram, depois disso é dar adeus e olhar sim, para a frente, sempre!

Aproveito para convidar você que lê os meus textos a também conhecer o meu Podcast, o "Monólogos da Alma". Lá, eu também falo sobre coisas que acho importantes, abro o coração e trago temas também para reflexão.

Desejo a você , uma despedida fraterna do ano que está acabando e uma recepção calorosa, amorosa e cheia de esperança ao ano que vem nos brindar com infinitas possibilidades!

foto: Shopify


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Estamos matando o planeta Terra

 Infelizmente, não podemos mais fechar os nossos olhos e fazermos de conta que este assunto não tem nada a ver conosco. Sim, estamos matando o planeta Terra, a nossa "oca" , a casa de todos nós: gente, bicho, planta, rio, mar...Qual é o nosso problema, afinal?

Lembro que a primeira vez em que ouvir falar em encontro global para falar sobre meio ambiente foi lá nos anos de 1990, o Brasil estava às vésperas de sediar a ECO 92, no Rio de Janeiro, que também ficou conhecida com Cúpula da Terra. Depois deste evento, surgiram vários outros que também trouxeram e trazem até hoje para a mesa de discussões, os desafios de todos para mitigar os inúmeros estragos que a ação do homem ocasionou e ocasiona ao nosso mundo.

Os anos foram passando e os assuntos que antes pareciam ser temas apenas de pesquisadores e estudiosos, começaram a também chamar a atenção de diversos segmentos da sociedade. Afinal, termos como aquecimento global, camada de ozônio, créditos de carbono, desenvolvimento sustentável, tudo isso começava a aparecer cada vez mais e mais nos veículos de imprensa e nas rodadas de conversa entre amigos. Mas, olhando para os cada vez mais constantes desastres naturais, tenho a sensação de que tudo só piora e se algo está sendo feito, ainda não é o minimamente necessário para frear as tragédias ambientais que se espalham pelo planeta.

El Niño prejudica lavouras em Roraima/foto: Divulgação


Orgulho, burrice ou egoísmo?


Sabemos que quando falamos de meio ambiente sempre haverá arestas a serem aparadas porque geralmente há uma gama enorme de interesses por trás de tudo e conflitos abertos ou tácitos. Mas, senhoras e senhores, e a nossa vida, como fica? De que adiantam lucros homéricos com práticas agrícolas ultrapassadas e até mesmo predatórias, investimentos em atividades econômicas que já tiveram o apogeu a um custo alto para a natureza e um olhar meramente comercial, se todos os dias vejo na internet e na tevê, as mudanças climáticas cada vez mais drásticas e alterando talvez, para sempre, a realidade de todos nós.

Quando vejo a mortandade de peixes e botos na Amazônia, os rios secando, as geleiras sumindo, as altas temperaturas chegando a níveis jamais vistos antes, me pergunto se nós, humanos, nos encontramos nesta situação pelo nosso orgulho tosco, burrice ( por achar que não chegaria a conta das atrocidades cometidas há anos contra os recursos naturais) ou egoísmo, por acharmos que só nós somos os certos e podemos fazer tudo sem ter consequências.

Incêndios florestais sem controle/foto: Reprodução


Será que ainda dá tempo?


Uma das perguntas que mais faço aos meus entrevistados quando começo a preparar alguma matéria sobre o assunto é: ainda dá tempo? Os seres humanos, os animais e as plantas, os rios e mares, todos estão sentindo as consequências de tanta irresponsabilidade com a mãe terra. 

Alguns especialistas dizem que sim, ainda dá tempo de tentar minimizar os impactos, mas o relógio está correndo contra nós e os alertas são sempre de ações urgentes antes que seja tarde demais. Eu quero muito manter a minha esperança, mas o coração aperta a cada incêndio criminoso, a cada carcaça de boto vermelho e boto tucuxi que aparece no Amazonas, a cada vida preciosa no reino animal e vegetal que merece ser respeitada como qualquer vida humana porque nós não somos melhores do que nenhum desses seres vivos que estão desaparecendo.

Se antes os crimes ambientais e suas consequências pareciam ter o alcance delimitado a uma região, um país, um continente, trazendo a falsa impressão de que não nos atingiriam, hoje percebemos a duras penas que estamos sim, conectados, porque o planeta é um só.  Pena que essa visão holística esteja sendo reconhecida pela dor, pelo sentimento de impotência, revolta e perplexidade que toma conta de algumas pessoas. Até quando a natureza vai aguentar?

boto morto no Amazonas/foto: Adriano Gambarini




sexta-feira, 28 de abril de 2023

O meu mundo analógico e humano

 No meu ensino médio do curso de eletrônica, tive a minha primeira experiência de conviver com dois mundos praticamente ao mesmo tempo: o analógico e o digital. Eu estava estagiando numa empresa de telefonia e minha rotina incluía testar as linhas telefônicas e trocar relés queimados. Minhas tardes se passavam entre grandes corredores cheios de gabinetes barulhentos e luzinhas que viviam piscando, fios, botões e uma quase sinfonia de sons característicos dos equipamentos. Quando fui visitar a mais nova unidade que estava iniciando os trabalhos de telefonia digital, a diferença já era grande: espaços mais compactos, componentes menores e um silêncio quase sagrado. Ainda estávamos longe do "boom" dos aparelhos de telefonia móvel, os celulares. 



Antigamente, e quando falo isso não me refiro a séculos passados, mas sim, a décadas, as novidades tecnológicas chegavam com um intervalo um pouco menor entre uma e outra e nós, humanos, mal percebíamos o que estava acontecendo: telefone analógico; telex; fax; celular; televisões em preto e branco, tevês em cores...máquinas de escrever mecânicas, elétricas, eletrônicas, computadores, internet,smartphones, smart tevês, robôs.

Ficção x Realidade

Há anos, o cinema e a literatura retratam possíveis futuros para a humanidade e raramente vemos cenários coloridos. É como se fosse uma sucessão de roteiros de um mundo cinzento, frio e dominado pelas máquinas, máquinas criadas pelo homem. A lista de filmes e livros com este enredo não é pequena, é como se os diretores e autores quisessem convidar o ser humano a refletir um pouco sobre esta corrida desenfreada que pode ter um fim desastroso. O discurso geralmente é o mesmo: evolução da tecnologia para o bem estar das pessoas,comodidade, conforto e mais tempo para passar com a família e relaxando, quase um mundo "ideal". Mas toda história tem duas ou mais faces, muitas vezes cuidadosamente disfarçadas e escondidas sob um véu de mistério.

Tecnologia e desigualdade social

Escrevo este texto em 2023 e o mundo, mesmo com tantos avanços tecnológicos, ainda é formado por um mosaico de realidades contrastantes: os muito ricos e os muito pobres; os saudáveis e os que não têm acesso a serviços de saúde gratuitos de qualidade; os que concentram renda e os que não fazem ideia de como vão conseguir comprar comida ou pagar as contas do mês. A impressão que tenho é que os ideais de dar a todas as pessoas uma vida digna com o mínimo de condições parece um pote de ouro que está muito, mas muito além do arco-íris.
O que vejo é um mundo que parece cavar ainda mais um abismo entre estes cenários. Pessoas conectadas às redes sociais e indiferentes ao outro; Correria constante que é bem conveniente para não permitir que elas pensem por si mesmas, só vivam no " piloto automático"; Várias " distrações" para que o tempo também seja engolido e as pessoas não consigam focar no que é realmente essencial.




O que vem depois da IA?


No começo, a inteligência artificial deu o ar da graça nos atendimentos telefônicos de empresas, com os menus inteligentes cheios de opções e que ajudariam o usuário, consumidor,cliente a resolver seu problema; A mesma coisa nos atendimentos online por chat, com os atendentes virtuais. Enquanto estava neste patamar, a inteligência artificial parecia algo necessário e inofensivo, até o momento em que ela começou a ganhar atributos e capacidades que, em tese, seriam apenas possíveis aos seres humanos, aliás, esta frase que escrevi é encontrada em algumas definições na internet sobre o que é a inteligência artificial.
Este meu subtítulo é um misto de curiosidade e temor porque vejo, aos poucos, mais e mais profissões e profissionais sendo " rifados" por estas " maravilhas tecnológicas de ponta". Como jornalista, acompanho com assombro o advento do chatGPT e outros similares e digo, sem pudores, que é algo que me incomoda. Claro que vão ter aqueles que irão apontar as vantagens desta ferramenta: rapidez, praticidade, correção mas, e as pessoas? Ainda vai haver espaço para elas neste mundo daqui pra frente? Li notícias de equipamentos que são uma maravilha para empresários e patrões porque eliminam a necessidade de profissionais, como é o caso de um equipamento que permite ao repórter de tevê " se filmar" enquanto faz sua entrada ao vivo ou gravações. As funções de iluminador, auxiliar de cinegrafista e agora, o próprio cinegrafista, vão entrar na galeria de profissões extintas.

O meu mundo analógico e humano

Estou com 53 anos e vi algumas coisas deste mundão lindo que está mergulhado neste caldeirão analógico e digital. Posso ser rotulada de saudosista ou nostálgica, mas gosto muito do jeito analógico da vida que parece ter uma essência mais humana, amorosa e solidária. Não sou antitecnologia, nem poderia, já que essa tecnologia é a que me permite hoje escrever meus textos aqui e compartilhá-los nas redes sociais para quem se interessar a ler. Mas, acredito que, vai chegar um ponto em que, se nós humanos não estabelecermos limites para tanta tecnologia, acabaremos sendo engolidos por ela.



sexta-feira, 3 de março de 2023

Etarismo, um apartheid de idade

 Idadismo, ageísmo, etarismo....As palavras são diferentes, mas trazem no seu âmago uma raiz comum: o preconceito, a discriminação relacionada à idade das pessoas. Mesmo acontecendo também entre os mais jovens, o lado mais perverso do etarismo é manifestado em relação às pessoas mais velhas. Numa sociedade que cultua o corpo, o novo, a tecnologia e a velocidade das coisas, chega a ser cruel o que os olhos mais atentos e até mesmo, quem já está sentindo isso na pele, conseguem perceber: nossa sociedade fecha as portas para quem envelhece e nem sempre isso é de forma velada.

No mercado de trabalho está cada vez mais difícil uma pessoa na faixa etária dos 40, 50 anos, conseguir um emprego formal, tradicional. O que mais ouço e não é de hoje, são casos de profissionais experientes, mais do que qualificados, enviando centenas de currículos e recebendo respostas padronizadas, isso quando respondem. Alguns que até tiveram retornos que não disfarçavam o motivo da não contratação: a idade. 

Experiência e juventude podem andar juntas



Segundo dados divulgados em julho de 2022 pelo IBGE, o Brasil tem, em números absolutos, 31,23 milhões de pessoas idosas. Este contingente aumentou 39,8% em 10 anos, ainda de acordo com o Instituto. Não é de hoje que o Brasil está virando um país de velhos, idosos, pessoas que deram muita contribuição para a nossa sociedade e que mereceriam um tratamento mais digno e respeitoso.

Não somos preparados para envelhecer


Eu acho que a falta de preparação ou, no mínimo, de conversas sobre o assunto deixa tudo ainda mais difícil. Falar sobre a velhice, assim como falar da morte, da maternidade/paternidade e tantos outros assuntos que são inadiáveis, parece muitas vezes uma espécie de tabu. Será que as pessoas evitam falar porque não desejam se imaginar "velhas"? Até a palavra "velho", "velha" é encarada por muita gente como ofensiva, depreciativa, algo que não tem valor.. Muitos usam os termos idoso, melhor idade, terceira idade, idade tardia, numa tentativa de "suavizar" a carga "pesada" da velhice.
Parece tão óbvio: nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Para alguns, a chegada ao terceiro estágio nem chega a acontecer, muitos morrem ainda jovens e eu particularmente enxergo o processo do envelhecimento  um privilégio.

Envelhecer não precisa ser um fardo


Carinho e respeito 


Acredito que já passou da hora de todos nós, crianças, adolescentes, adultos e velhos nos conscientizarmos sobre a necessidade de respeitar cada velho/idoso; velha/idosa com suas particularidades, mandando para longe também, a figura estereotipada que temos dessas pessoas: frágeis, dependentes, limitadas...Tem muito vovô e vovó por aí que tem energia, lucidez e vida em abundância, sonhos e capacidade de ir atrás deles. Muitos "botam no chinelo" a horda de jovens que vemos por aí. Precisamos nos preparar para este período da vida, da mesma forma que somos condicionados a estudar, escolher uma profissão, casar ( ou não). É importante que as pessoas procurem estar prontas ou, pelo menos, tentar isso. É vital que a sociedade pare de negligenciar nossos velhos que merecem toda a nossa reverência, carinho e respeito.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Seres invisíveis

 


Você já teve a sensação de ser invisível em algum momento da sua vida? Digo isso porque eu já experimentei isso e é algo muito louco e até perturbador. Não vou contabilizar aqui quantas foram, mas lembro de duas mais vívidas na minha memória: uma, em um trabalho no qual, num determinado dia, eu iria ter que fazer uma coisa que particularmente não me agradava muito porque implicava mentir, dissimular, fazer de conta que eu era outra pessoa. Meu chefe, que certamente me daria esta missão, estava bem na minha frente mas, numa espécie de mágica, passou a tal tarefa suicida para outra colega. Na outra vez, a situação foi mais dramática:  um assalto em plena luz do dia. Eu estava voltando da minha caminhada matinal e esperava no ponto o meu ônibus para voltar pra casa. Além de mim, outras pessoas estavam na parada, num sábado ensolarado. Eram umas 9h da manhã, eu presumi, porque não tinha levado bolsa, celular, nada. Foi aí que, do nada, apareceram dois motoqueiros e vi o carona descendo da garupa tirando um revólver da cintura, ali, praticamente na minha frente. Minha reação foi fechar os olhos e começar a rezar. Só ouvia as vozes dos bandidos que mandaram todo mundo que estava ali entregar bolsas e celulares. Foram segundos de terror, mas eles não chegaram nem perto de mim... Nessas duas situações, agradeci muito ter ficado invisível, mas, não é desse tipo de "invisibilidade redendora" sobre a qual quero falar hoje. Minha escrita hoje é sobre a invisibilidade que anula os seres humanos e os deixa à margem de tudo: da atenção, dos direitos, da opinião...Aqui me colocarei como sujeito e objeto, como quem não enxerga e também não é vista.

Somos assim tão especiais para ignorarmos o próximo?




Essa pergunta eu me obrigo a fazer sempre que percebo pessoas ou situações nas quais eu poderia ter feito algo e por muitos motivos ( só para citar uns aqui: egoísmo, vaidade, soberba), fingi que não vi, não percebi, naquela atitude: " não é comigo, não tenho nada a ver com isso, não é problema meu". 
Como somos cruéis com a nossa mortal cegueira àqueles que nos cercam. Acho admirável quem consegue doar um pouco do seu tempo em ações beneficentes, trabalho voluntário, doações, acredito realmente que são almas evoluídas e aí vejo o quanto ainda preciso melhorar como pessoa.
Da mesma forma, os invisíveis querem falar, se expressar, mas quem ouve, quem lê? Desculpas existem várias, mas acredito que quando queremos, quando nos importamos de verdade, criamos o espaço,  tiramos as vestes das nossas personagens e calçamos as sandálias da humildade.

Um pedacinho de mim



Depois, mais calma e menos dura comigo mesma, percebi que poderia de alguma forma ajudar quem estava ali, bem na frente do meu nariz, e também gente que talvez jamais conheça pessoalmente. Todos temos nossos dons e tesouros: um sorriso, um aperto de mão, um bom dia educado. Uma vez li em algum lugar que uma das maiores provas de amor que podemos dar a alguém é o nosso tempo, a nossa atenção, isso é um pedacinho da gente e sabemos que o tempo é algo que não volta, essa viagem só podemos fazer nas nossas memórias. Sugiro humildemente que você olhe com um novo e carinhoso olhar para os demais seres ( humanos ou não) que cruzam o seu caminho todos os dias. Eles não são seres invisíveis e talvez este momento em que vocês se encontram possa não mais se repetir, então, faça-o ser marcante, cheio de amor e inesquecível


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Álbum de fotografias

Momentos eternizados 

Eu estava hoje arrumando uma prateleira na qual guardo alguns álbuns de fotografia e, como de praxe,  não resisti e fui abrindo um por um para dar uma olhada nas fotos. Para as gerações mais novas, deve ser esquisito imaginar uma espécie de caderno de tamanhos e cores diferentes onde separadas geralmente por folhas fininhas de plástico, estão elas, as fotografias.  Mesmo não tendo a pretensão de me rotular como fotógrafa, sempre gostei de registrar, sempre que isso era possível ( naquela época ainda não tínhamos celulares, muito menos, celulares com câmeras), os meus pequenos recortes de vida. 



Sempre achei a fotografia uma arte mágica porque eterniza os preciosos segundos, olhares,  sorrisos, as emoções, gestos, luzes e cores ( ou a ausência delas, no caso das belíssimas fotos em preto e branco) do que foi ali capturado. Sabemos que a vida é uma jornada que não tem a tecla review ( para retroceder), ela só segue para a frente e tirar fotos é uma forma lindamente malandra de "burlar" , mesmo que por alguns momentos, a trajetória do tempo.


Máquina do tempo portátil


Folheando aqueles álbuns, me vi voltando ao passado numa verdadeira máquina do tempo portátil. Olhei cada foto e minha mente me transportou àquele recorte da minha vida, num delicioso saborear de emoções. É como se cada uma daquelas fotos me saudasse dizendo: "Lembra deste dia? Foi bacana e inesquecível, não foi?". Eu tenho uma quantidade considerável de álbuns daqueles pequenos e uns 2 ou 3 dos grandes e como é gostoso ver parte da linha do tempo da minha vida registrada ali. E não só da minha história, mas também da de pessoas que dividiram alguns daqueles momentos comigo: aniversários, reuniões de amigos, batizados, confraternizações, meus filhos pequenos, meus filhos dormindo, brincando, chorando, crescendo...Os lugares por onde andei, as paisagens que admirei e que pude guardar comigo em fotografias.



Uma imagem vale mais do que mil palavras


Não sei quem disse isso, mas é um frase que sempre fez muito sentido pra mim. Existem emoções e momentos que são tão sublimes e especiais que não cabem em frases, exclamações ou interrogações. Às vezes, são tão intensos e perfeitos que nem mesmo o silêncio consegue desvendá-los. Mas, a imagem...Ah, uma imagem pode dizer muito, principalmente se você se permite mergulhar nela, desfrutá-la, senti-la. Hoje temos a tecnologia não só das máquinas profissionais, mas também dos celulares, e podemos praticamente tirar fotos em qualquer lugar e a qualquer hora. Conseguimos dividir quase que imediatamente isso com praticamente o mundo todo, se quisermos. Numa similaridade do que era feito com os antigos álbuns de papel, conseguimos montar álbuns online, colocar legendas, figurinhas, montar um clipe, enfim, o que a imaginação te inspirar a fazer. Mas, como é gostoso folhear um álbum físico, viajar  num carrossel de emoções e celebrar o privilégio que é estar vivo!





sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Por que você reclama tanto?

Por que você reclama tanto?

Hoje eu acordei fazendo esta pergunta primeiro a mim mesma e aí começou um carrossel de indagações e reflexões: será que eu sou uma reclamona ALFA, RAIZ, ou uma reclamona eventual, dependendo da circunstância na qual me encontro? Aí pensei em também levar este questionamentos até você que lê meus escritos aqui.

Já ouvi mais de uma vez entre especialistas do comportamento humano e também pessoas mais ligadas às questões da espiritualidade e neurolinguística, que a palavra reclamar significa " clamar duas vezes". Fui conferir o significado que consta nos dicionários e achei algo semelhante em uma das definições:  verbo transitivo direto que significa pedir ou mandar de maneira veemente .Também achei o outro significado que é : verbo transitivo indireto e intransitivo: opor-se por meio de palavras; fazer reclamação; queixar-se. 

Fiquei me perguntando como é tênue o limite entre a, digamos, reclamação que reivindica uma coisa e a que apenas "clama de maneira veemente". Não vou abordar aqui o caso em que reclamamos por exemplo, contra uma injustiça. A " pegada" de hoje é sobre como é importante para a nossa saúde mental e bem estar ficarmos vigilantes nas nossas doses nada homeopáticas de reclamações.

Poder das palavras


Você pode até achar que isso é papinho místico, bobagem ou perda de tempo mas, sim: as palavras têm poder e justamente por nem sempre sabermos disso ou levarmos isso a sério é que caímos na cilada de nos tornarmos vilões de nós mesmos, passando cada minuto da nossa vida, cada dia, apenas " re-clamando" e mandando de volta pra gente justamente o que menos queremos. Está complicado de entender? Deixa eu tentar explicar melhor...
Temos que aprender a enfatizar nos ganhos e não nas faltas. Como assim? Vou dar um exemplo: a pessoa está com contas para pagar, preocupada, sem dinheiro e geralmente o que ela fala pra si e para os outros ao redor? " Não aguento mais ficar sem dinheiro, nossa, não tenho dinheiro pra nada, vida difícil, etc, etc, etc". Se você seguir a lógica do reclamar = clamar duas vezes, o que essa pessoa está fazendo com ela mesma? Focando suas poderosas palavras na escassez, na dificuldade, na angústia e isso retroalimenta todo o processo.

Atenção, vigilância e prática



Eu sei, eu sei, parece algo tão difícil se monitorar e saber discernir os dois significados e usos do verbo RECLAMAR. Há dias em que eu me pego reclamando por cada coisa, situação, humor, de uma certa forma me torturando com coisas que, muitas vezes, estão além do meu alcance e isso é muito nocivo não só para mim como também para todos aqueles que me cercam, sabia? Seu humor contagia, sendo ele bom ou mal.
Então, o que posso dizer a você é para respirar fundo, prestar atenção nos seus pensamentos e nas suas palavras e ir praticando mais o antônimo da reclamação que é a gratidão.