quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Estamos matando o planeta Terra

 Infelizmente, não podemos mais fechar os nossos olhos e fazermos de conta que este assunto não tem nada a ver conosco. Sim, estamos matando o planeta Terra, a nossa "oca" , a casa de todos nós: gente, bicho, planta, rio, mar...Qual é o nosso problema, afinal?

Lembro que a primeira vez em que ouvir falar em encontro global para falar sobre meio ambiente foi lá nos anos de 1990, o Brasil estava às vésperas de sediar a ECO 92, no Rio de Janeiro, que também ficou conhecida com Cúpula da Terra. Depois deste evento, surgiram vários outros que também trouxeram e trazem até hoje para a mesa de discussões, os desafios de todos para mitigar os inúmeros estragos que a ação do homem ocasionou e ocasiona ao nosso mundo.

Os anos foram passando e os assuntos que antes pareciam ser temas apenas de pesquisadores e estudiosos, começaram a também chamar a atenção de diversos segmentos da sociedade. Afinal, termos como aquecimento global, camada de ozônio, créditos de carbono, desenvolvimento sustentável, tudo isso começava a aparecer cada vez mais e mais nos veículos de imprensa e nas rodadas de conversa entre amigos. Mas, olhando para os cada vez mais constantes desastres naturais, tenho a sensação de que tudo só piora e se algo está sendo feito, ainda não é o minimamente necessário para frear as tragédias ambientais que se espalham pelo planeta.

El Niño prejudica lavouras em Roraima/foto: Divulgação


Orgulho, burrice ou egoísmo?


Sabemos que quando falamos de meio ambiente sempre haverá arestas a serem aparadas porque geralmente há uma gama enorme de interesses por trás de tudo e conflitos abertos ou tácitos. Mas, senhoras e senhores, e a nossa vida, como fica? De que adiantam lucros homéricos com práticas agrícolas ultrapassadas e até mesmo predatórias, investimentos em atividades econômicas que já tiveram o apogeu a um custo alto para a natureza e um olhar meramente comercial, se todos os dias vejo na internet e na tevê, as mudanças climáticas cada vez mais drásticas e alterando talvez, para sempre, a realidade de todos nós.

Quando vejo a mortandade de peixes e botos na Amazônia, os rios secando, as geleiras sumindo, as altas temperaturas chegando a níveis jamais vistos antes, me pergunto se nós, humanos, nos encontramos nesta situação pelo nosso orgulho tosco, burrice ( por achar que não chegaria a conta das atrocidades cometidas há anos contra os recursos naturais) ou egoísmo, por acharmos que só nós somos os certos e podemos fazer tudo sem ter consequências.

Incêndios florestais sem controle/foto: Reprodução


Será que ainda dá tempo?


Uma das perguntas que mais faço aos meus entrevistados quando começo a preparar alguma matéria sobre o assunto é: ainda dá tempo? Os seres humanos, os animais e as plantas, os rios e mares, todos estão sentindo as consequências de tanta irresponsabilidade com a mãe terra. 

Alguns especialistas dizem que sim, ainda dá tempo de tentar minimizar os impactos, mas o relógio está correndo contra nós e os alertas são sempre de ações urgentes antes que seja tarde demais. Eu quero muito manter a minha esperança, mas o coração aperta a cada incêndio criminoso, a cada carcaça de boto vermelho e boto tucuxi que aparece no Amazonas, a cada vida preciosa no reino animal e vegetal que merece ser respeitada como qualquer vida humana porque nós não somos melhores do que nenhum desses seres vivos que estão desaparecendo.

Se antes os crimes ambientais e suas consequências pareciam ter o alcance delimitado a uma região, um país, um continente, trazendo a falsa impressão de que não nos atingiriam, hoje percebemos a duras penas que estamos sim, conectados, porque o planeta é um só.  Pena que essa visão holística esteja sendo reconhecida pela dor, pelo sentimento de impotência, revolta e perplexidade que toma conta de algumas pessoas. Até quando a natureza vai aguentar?

boto morto no Amazonas/foto: Adriano Gambarini




2 comentários: