sábado, 11 de abril de 2020

Recomeço

A Páscoa e a mensagem que traz para nós


Foto: Nichole De Khors

Neste período do ano, o povo cristão celebra a Páscoa, época em que são relembrados os últimos momentos de Jesus Cristo na terra, sua paixão, morte e ressurreição. Para os judeus, a Páscoa tem um significado mais ancestral que remonta a saída do povo hebreu da escravidão no Egito. Nas duas narrativas, tanto a judaica quanto a cristã, é inegável como este período marca a história daqueles que viveram o que é relatado na Bíblia e também o registrado na Torá.

Vivemos um momento jamais visto na história dos seres humanos: um vírus devastador que assusta a todos, afasta e confina famílias, divide opiniões e consegue descortinar, ao mesmo tempo, o melhor e o pior de nós.

Quando eu era criança, aprendi em uma das lições ensinadas no catecismo que a palavra Páscoa significa " Passagem" e a gente memorizava que era a passagem " da morte para a vida", um conceito que, em princípio, parece simplório, mas que lido à luz das Escrituras tem um profundo significado. Eu me permito cometer a ousadia de personalizar a minha leitura da Páscoa em tempos de pandemia. Como cristã , eu creio em tudo que a Páscoa significa e faço um paralelo ao que vivemos atualmente a todo o simbolismo e sentido que o período pascal carrega.

Recomeço

No sentido cristão, passar da morte para a vida significa deixar para trás uma existência vazia da presença de Deus, a " morte" espiritual e viver uma vida nova em Cristo. Foi para isso que Ele veio ao mundo: " Eu vim para que todos tenham vida".  O mestre fala de uma vida muito além da nossa existência comum e mediana. Viver "com" e "em" Cristo abre nossos olhos para o que realmente dá sentido à nossa existência.   A pandemia tem feito com que todos nós, muitas vezes a duras penas, nos voltemos para dentro da gente, um encontro íntimo em meio à dor, uma pausa longa para re-significarmos muita coisa em nós e nos outros. De repente, um novo olhar para o próximo, o surgimento de uma compaixão genuína e o despertar do que realmente importa : a verdadeira humanidade.

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